quinta-feira, 27 de março de 2008

Música e informática - Duas profissões que se tocam


Acredito que alguns já ouviram falar no relacionamento entre a música e a matemática. Iniciado com os gregos, que consideravam a música um dos quatro ramos da matemática, foi depois confirmado com Pitágoras, que descobriu as relações matemáticas precisas entre as notas musicais. Einstein considerava a música um método de permitir que o nosso subconsciente resolvesse problemas complicados e até os dias atuais, com teorias como "O efeito Mozart", não desistimos de aprofundar o entendimento desta inesperada conexão.


Vários estudos afirmam que a música prepara nosso cérebro para análises quantitativas e espaciais, aumentando nossa capacidade de raciocínio matemático e científico, habilidades tão requeridas na matemática e na informática. Além disso, ela melhora o bem-estar, desenvolve a coordenação física, melhora a memória verbal, provê um forte espírito comunitário e ajuda no aprendizado de línguas. Enquanto isso, a Informática, desde seu nascimento, vem auxiliando o desenvolvimento, divulgação e venda da milenar arte de Apollo.


Na década de 60, tivemos a definitiva introdução da eletrônica no processo de criação musical. Através de máquinas com corações moldados por engenheiros e músicos, nasceram estilos como o rock-progressivo, dance, techno e outros mais. Hoje em dia observamos vários estúdios de gravação onde os gravadores, os efeitos sonoros e até os instrumentos são rodados em poderosas máquinas "pilotadas" por engenheiros de som. Eles que gastam
tantas horas aprendendo os truques destes programas como nossos afiados programadores… De fato, podemos chamar
o computador (assim como instrumentos computadorizados - Sintetizadores, samplers, etc. ) de "O Instrumento da modernidade".


Na divulgação temos um casamento perfeito entre as duas profissões. A música se torna um dos atrativos à venda de novos computadores feitos para serem o centro da nossa atenção até nos momentos de lazer. A anarquia democrática da Internet deixa de cabelos em pé as poderosas indústrias fonográficas e, pela primeira vez, provê um eficiente canal de comunicação e vendas entre os artistas e o público. Este casamento entre códigos e notas tem um toque de Midas desde a década passada.


Cada dia que passa, vemos mais oportunidades surgidas deste casamento: artistas, cada vez mais exigentes com seus sites, empresas especializadas na divulgação on-line, indústrias de instrumentos virtuais, especializações das técnicas e softwares disponíveis para o mundo musical, etc. Para os experimentalistas, a informática abre novas portas para a música efetuando relacionamentos que, até então, pareciam impossíveis.


Espero que todos possam perceber que a convergência da arte, mídia e tecnologia transforma a maneira como aprendemos e desenvolvemos nossas habilidades (além de nos proporcionar um prazer adicional), gerando profissionais preparados aos novos desafios que a evolução cultural e tecnológica nos reserva.


Um abraço, bons códigos e bons sons.


Paulo Renato Maciel

Na foto: Robert Moog - O homem que cunhou o termo sintetizador (1967)
Para saber mais sobre este assunto, acesse os sites:
A música desenvolvendo a informática:


www.wmea.org/voice/articles__world_class_p3.htm

www.educationthroughmusic.com/musicbrain.htm


A informática tocando a música:


http://www.harmony-central.com/Computer/other


http://mitpress2.mit.edu/e-journals/Computer-Music-Journal/Documents/index.html

2 comentários:

Paulo Renato Maciel disse...

"Um dos fatos mais notáveis das indústrias do Vale do Silício é que os melhores engenheiros e projetistas técnicos são, quase sem exceção, músicos praticantes" (Grant Venerable, 1989)

Paulo Renato Maciel disse...

"Wayne (Shorter) is a real composer... ...He also brought in a kind of curiosity about working with musical rules. If they didn't work, then he broke them, but with musical sense; he understood that freedom in music was the ability to know the rules in order to bend them to your own satisfaction and taste."
H.Hancock